domingo, 12 de maio de 2013

Não!

"Não" é o último filme do chileno Pablo Larraín, realizador de "Tony Manero", elogiada e invulgar homenagem ao protagonista de "Saturday Night Fever", além de "Post Mortem". "Não" foi um dos nomeados deste ano para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, perdendo para "Amor".

"Não" relata a criação de campanhas publicitárias que apoiavam a escolha do "não" nos boletins de voto que iriam ditar o fim da ditadura de Pinochet no Chile. René Saavedra é um dos principais criativos dessas campanhas, que vai progressivamente ficando mais do partido em contra da estadia no poder do ditador.

Gravado num formato que recorda os programas televisivos filmados nos anos 80 e 90 do século passado e bem caracterizado ao nível de espaços e vestuário, "Não" submerge eficazmente o espectador no período que retrata. A narrativa é simples, mas cativante.
No entanto, esta não é certamente uma obra perfeita. Tenta adentrar-se na psíque das personagens, mas fá-lo de um modo demasiado leve. O filme relembra um pouco um documentário, o que não é um defeito, mas pode desapontar quem espera deparar-se com algo muito elogiado pela crítica.
Recomendo este filme a quem gosta de thrillers políticos suaves e deseja saber mais sobre a queda de Pinochet no Chile.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Amor e algazarra a bordo

"Amantes Passageiros" é o último filme do realizador espanhol Pedro Almodóvar e simboliza o seu regresso às comédias com toques absurdos e sexuais, depois de filmes com forte carga dramática como "Abraços Desfeitos" e "A Pele Que Habito".

A narrativa fílmica centra-se numa viagem com destino à Cidade ao México que corre muito mal. O trem de aterragem sofre uma avaria e o piloto é obrigado a ficar em território aéreo espanhol em busca de uma pista para efetuar uma aterragem de emergência que pode ter um final não muito feliz. Um trio de hospedeiros extravagantes vai encarregar-se de distrair os passageiros e estabelecer relações com alguns deles. Todos têm segredos e curiosidades, sejam de natureza amorosa ou pessoal.

O filme é bastante eficaz ao nível cómico e muito cativante. Recorda as velhinhas primeiras comédias de Almodóvar, mas adequa-se à modernidade em pormenores e em motivos de piadas. O elenco, que inclui atores habituais nas películas do realizador, interpreta com destreza os seus papéis.
Recomendo o filme a quem quer rir e distrair-se por umas horas.